Marcha das Margarias reúne mulheres de todo o país para dizer não aos grotescos retrocessos políticos em curso.
Cerca de cem mil mulheres do campo, floresta e águas realizaram ontem uma das maiores manifestações de mulheres da América Latina. A Marcha das Margaridas aconteceu depois de cinco dias de ocupação do Planalto por milhares de mulheres que se deslocaram até lá para participar da Marcha de Mulheres Indígenas.
Mulheres que vieram mostrar que não concordam com a retirada de direitos e o desmonte da democracia que vem acontecendo no país, e que não estão interessadas em calar, mas sim em repensar os possíveis rumos de nossa sociedade.
Justiça, liberdade, trabalho digno, educação, saúde, desenvolvimento sustentável e solidário, soberania, igualdade e democracia foram algumas das principais reivindicações. Agricultoras Familiares debateram o projeto de desenvolvimento que queremos. E mais do que isso, questões específicas enfrentadas pelas mulheres rurais, como os diversos tipos de violência, o preconceito, a falta de reconhecimento do trabalho produtivo e doméstico, entre outros.
A coordenadora da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, avalia que todo o esforço realizado para a construção da Marcha valeu a pena: “Este ato é de todas as mulheres, de cada uma que deixou suas casas e viajou milhares de quilômetros para estar aqui e mostrar sua indignação com tudo o que está sendo feito contra os direitos trabalhistas, previdenciários, direitos humanos. As mulheres têm o poder de mudar a realidade e estamos aqui para dizer qual é a realidade que queremos”, afirmou Mazé.
Estamos na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência. E as mulheres são como as águas: crescem quando se juntam. Estamos cada vez mais unidas; e a cada dia, somos mais!
Para saber mais, leia a Plataforma Política da Marcha das Margaridas, documento que reúne as propostas amplamente debatidas por milhares de mulheres do campo, floresta e águas do Brasil.