Com quase 30 organizações envolvidas, o evento que acontece na Universidade Federal do Pará, em Altamira nos dias 17, 18 e 19 de novembro pretende debater as novas políticas que têm imposto uma acelerada devastação da floresta e seus povos, sobretudo através da invasão selvagem do agronegócio, da mineração e das grandes corporações extrativistas.
Nesta luta, devemos ser liderados pelos povos da floresta – indígenas, ribeirinhxs e quilombolas que mantêm a Amazônia ainda viva e em pé. Este é um encontro de descolonização. Por isso, não acontece na Europa nem nas capitais do Sudeste do Brasil. Desconfigurar o que é centro e o que é periferia faz-se imperativo para pensar outro futuro. Numa época de emergência climática, um enorme desafio que precisamos encarar, a Amazônia é o centro do mundo.
Em busca de soluções para barrar o desmatamento e o extermínio da biodiversidade, lideranças nacionais e internacionais, cientistas e pensadores do Brasil de deslocam até a Terra do Meio para “conhecer de forma profunda, com seu corpo no corpo do território, a floresta e os povos da floresta. É instinto de sobrevivência o que as move, mas é também amor. É movimento de vida numa geopolítica que impõe a morte da maioria para o benefício e os lucros da minoria que controla o planeta. É uma pequena grande COP da Floresta criada a partir das bases. Aqui, não há cúpula”, destaca a jornalista Eliane Brum, que participa do evento.
Participam do evento lideranças históricas, como Raoni, indicado ao Nobel da Paz, Maria Leusa Munduruku, representante de um dos povos indígenas que mais lutam pela integridade da floresta e da bacia do Tapajós, Antonia Melo, do movimento Xingu Vivo, e Antonia Pereira, da Fundação Viver Produzir e Preservar. Também Jackson Dias, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), religiosos como os bispos Dom Erwin Kräutler e Dom João Muniz e a sacerdotisa de umbanda Mãe Juci D’Óyá. Também artistas do Xingu e de outras regiões do Brasil.
O encontro conta ainda com a presença de Michael Heckenberger, um dos mais renomados arqueólogos do planeta. Graciela Rodriguez, ecofeminista e fundadora do I. Equit, também participa do evento.
“No encontro Amazônia Centro do Mundo haverá população da cidade e da floresta. E também os produtores rurais que colocam alimento na mesa da população, aqueles que respeitam os povos tradicionais e atuam preservando a Amazônia, porque sabem que dela depende o seu sustento”, nos conta ainda Brum.
Para ler na íntegra o artigo de Eliane Brum:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/11/15/opinion/1573820553_621324.html